A prepósito deste post da Cláudia, lembrei-me duma situação que
presenciei já há uns anos.
Não foi nestas últimas eleições, foi nas anteriores creio eu. A minha
irmã trabalha numa estação de CTT e fui lá dizer-lhe qualquer coisa e apanhei
lá uma cigana. A estação estava vazia e deu para se trocar impressões entre as
três. Estavamos em plena campanha eleitoral e o Paulo Portas dizia que cortava
com os rendimentos mínimos, ou qualquer coisa do género. Coisinha para pôr um
cigano com os cabelos (mais) em pé e à beira de um ataque de caspa.
Então a cigana vira-se (de frisar que eu era a 1ª a votar no P.P. só por
causa desta política) e diz “ai miga, temos de ir votar no Sócrates, não
podemos deixar lá o Paulinho que o Paulinho quer matar os ciganos” e eu a
pensar “abençoado” (estava, evidentemente, a
exagerar).
Eu neste momento ainda estava só a observar, ela estava a falar mais
para a minha irmã. Eu ali prestes a me saltar o pipo à panela até que ela diz “é
que nós não podemos trabalhar”.
kabum!! (é aqui que eu explodo) “NÃO PODEM?PORQUÊ???”
-“Então ninguém dá trabalho ágenti”
Olho para a minha irmã e ela está com olhar de quem me quer tapar a
boca antes que arme ali o barraco e em respeito a ela (e ao meu bem-estar
físico confesso) contive-me e deixei-a falar até se cansar concordando em
absoluto. Claro, claro, pois, pois.
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