sexta-feira, 13 de junho de 2014

Das marchas

Até aos meus 15 anos morei numa cidade cheia de tradições ribatejanas. Nunca vivi muito as festividades pois não morava no centro da vila, os meus pais não eram dali, as minhas férias eram passadas na terra dos meus avós, altura em que acontecia a maior festa, por isso nunca ganhei grande afinidade por aquela terra onde passei os meus 15 anos. Adorava a festa da terra dos meus avós mas, a festa resumia-se a rifas na quermesse, gelados de máquia, nougats e sardinhas, pão e vinho. Entretanto aos 15 mudei-me para a terra onde moro até hoje, mais uma terra cheia de toiros. Durante os tempos de solteira vivi intensamente as festas desta terra como se fosse minha desde nascença, conhecia muita gente,saía nos bares locais, as largadas eram o ponto de encontro e por aí fora. Comecei a namorar com o meu atual esposo e as amizades fugazes foram-se dissipando com o tempo e ir ás festas passou a deixar de fazer sentido. Não havia convívio. Mais uma vez, voltei a adotar outras festas, as da terra do meu (na altura) namorado, agora era lá que se encontravam os nossos amigos, mas há 6 anos casamos e é na "minha" terra que habitamos e hoje com uma filha que anda na escola, que tem amigos aqui da terra e que começa a adotar esta terra e as suas tradições como sendo dela e com algum entusiasmo nós estamos a começar a viver, eu pela 2ª vez, o meu marido pela 1ª vez, as festas daqui.

Mas a idade também tem destas coisas e eu adoro as tradições ribatejanas que adoro, gosto muito de ver uma corrida, uma boa pega, mas não me orgulho, por mais que queira não tenho nenhum argumento válido para apoiar essa prática. 

E é por isso que gostava que tivéssemos nascido os três em Lisboa.
A esta hora estaria rouca de tanto gritar ié ié ié o nosso bairro é que é!! Uma competição saudável entre bairros que dá côr e alegria ás ruas de Lisboa. Trabalhei 9 meses em Lisboa e acho que foi aí que consegui perceber a intensidade com que os Lisboetas vivem esta semana, mas azares dos azares o meu último dia de trabalho foi a 11 de junho e não fui ás festas. Este ano o meu estado de graça também só me permite ver através da televisão, mas acho que do ano que vem não passa.

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