quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dos mimos


Como sabem estou de férias, e porque ninguém merece acordar com despertador e á pressa, sou eu (normalmente é o pai) que a vou levar á escolinha. Sempre dá para dormir mais 5 minutos e acordarmos por nós mesmas. Acordo-a sempre com muitos beijinhos, rebolamos abraçadas, fazemos cócegas e digo-lhe muitas vezes o quanto gosto dela. Hoje pensava para mim mesma “és só mimos, ficas estragada” mas ao mesmo tempo que pensava nisso fazia um review na minha cabeça das atitudes dela e sinceramente, para os mimos que lhe dou ela até nem está assim tão “mimada”. É óbvio que tem os seus ataques de vez em quando, mas no geral não a considero nenhum vidrinho. Ontem, foi dia de natação e somos nós mães que entramos nos balneários, damos banho e vestimos os pequenotes. Há sempre um espírito de entreajuda entre as mães. Hoje sou eu que vou para os chuveiros e fico em modo pinto amanhã és tu, hoje cheguei atrasada e alguém deu uma mãozinha á Mary amanhã falta alguém e eu vou lá. Ontem, parece que a água da piscina estava muito fria, quando fui buscar a toalha da minha pipoca, reparei numa menina a tremelicar e com os lábios roxos. Assim que a professora disse que a água estava mais fria que o habitual (eu que sou friorenta) prontifiquei-me a ajudar aquela menina logo logo antes que lhe desse uma coisa prescindindo da minha menina que é mais nova mas desenrascada. Ajudei-a no banho e encaminhei-a aos cabides onde estava a roupa dela e fui tentar vestir a minha rapidamente, mas estava nervosa só de a ver a tremer enrolada na toalha. Pedi á Mary se se podia vestir sozinha (ela sabe), que a mãe ia ajudar a outra menina. Ela nem hesitou. Lá fui eu a correr sempre de olho na minha para ela não ficar melindrada, entretanto chegou a mãe da menina e eu corri para a minha. Diz-me ela :

- Mãe eu consigo vai vestir a menina…
- A menina já não precisa!

Olha em redor…

- Olha vai vestir aquela!
- Aquela também não precisa.
- Mas eu não preciso, eu sei mãe, eu visto sozinha.


E ali fiquei sentada, à espera que ela se vestisse, sozinha. Sem ponta de ciúme e orgulhosa de si mesma por ser independente. Talvez porque saiba o quanto gosto dela, dando lhe espaço na mesma para evoluir.

 
E o que mais me dá orgulho é saber que tudo o que tento foi aquilo que a minha mãe me deu e naturalmente lhe vou passando a ela. Ao mesmo tempo que vejo de fora certas atitudes dela tenho a certeza que a minha mãe fez um bom trabalho.

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