sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vivó Paulinho

A prepósito deste post da Cláudia, lembrei-me duma situação que presenciei já há uns anos.
Não foi nestas últimas eleições, foi nas anteriores creio eu. A minha irmã trabalha numa estação de CTT e fui lá dizer-lhe qualquer coisa e apanhei lá uma cigana. A estação estava vazia e deu para se trocar impressões entre as três. Estavamos em plena campanha eleitoral e o Paulo Portas dizia que cortava com os rendimentos mínimos, ou qualquer coisa do género. Coisinha para pôr um cigano com os cabelos (mais) em pé e à beira de um ataque de caspa.
Então a cigana vira-se (de frisar que eu era a 1ª a votar no P.P. só por causa desta política) e diz “ai miga, temos de ir votar no Sócrates, não podemos deixar lá o Paulinho que o Paulinho quer matar os ciganos” e eu a pensar “abençoado” (estava, evidentemente, a exagerar).
Eu neste momento ainda estava só a observar, ela estava a falar mais para a minha irmã. Eu ali prestes a me saltar o pipo à panela até que ela diz “é que nós não podemos trabalhar”.
kabum!! (é aqui que eu explodo) “NÃO PODEM?PORQUÊ???”
-“Então ninguém dá trabalho ágenti”
Olho para a minha irmã e ela está com olhar de quem me quer tapar a boca antes que arme ali o barraco e em respeito a ela (e ao meu bem-estar físico confesso) contive-me e deixei-a falar até se cansar concordando em absoluto. Claro, claro, pois, pois.
 Isto é uma coisa que me dá nervos minha gente, mas daqueles mesmo à séria. Minha senhora, se a minha mãe não me obrigasse a ir á escola, vivesse num sítio isolado de todos sem condições de higiene e por aí adiante estávamos todos no mesmo barco. Caso não saibam viemos todos do mesmo sítio, uns evoluíram, outros estiveram-se a cagar. Para esses, olha, lamento mas temos pena.
 O que me revolta é depois haver pessoas que nasceram mesmo sem poder trabalhar e recebem uma migalha ao pé do que esta gente recebe e o Estado não pode dar mais ajudas. Claro.

Sem comentários:

Enviar um comentário